Vocação, Chamado de Deus, Resposta dos Homens

domingo, 17 de abril de 2011

Vocação, chamado de Deus e resposta do Homem.


Nosso caminho é o Amor. Somos fundamentalmente chamados para amar, para refletirmos a imagem e semelhança de Deus no mundo... amando, sendo “amor” como Santa Teresinha do Menino Jesus tão concretamente descobriu em sua própria vida, pela experiência, e por isso encontrou e viveu plenamente sua vocação particular na Igreja. 




 “Sem abertura, não é possível vocação alguma, que é dom e carisma que cada um recebe para utilidade comum”. É justamente na abertura e no serviço aos outros que a vocação vai se configurando e a nossa resposta vai se intensificando, apesar dos atritos, e, dizendo melhor, justamente por causa dos atritos.É dentro deste chamado primeiro e fundamental ao Amor, que nascem todas as vocações religiosas e estados de vida, porque é do chamado fundamental ao Amor que decorre o nosso chamado a ser e a realizar algo no mundo.





Betharramitas Vicariato Argentina
  O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a vocação última do homem é uma só, divina”. Cada um de nós responde primeiramente esta vocação pelo Batismo, e a realiza segundo estados e funções diversas, conforme o chamado único, particular de Deus a nós. Para cada pessoa há um chamado singular e insubstituível no universo e na história, que foi fixado pelo projeto de Deus que sempre vai muito além dos nossos próprios projetos, e cuja realização vai tão além da nossa capacidade humana, que jamais poderíamos concretizá-lo sem que Ele nos capacite.





Somente Deus pode arrogar-se o direito de nos propor um destino que toca a nossa vida toda. Somente Deus tem esta força imperiosa capaz não somente de nos atrair, mas de capacitar-nos a dizer sim e perseverar neste chamado por toda a nossa vida, não estaticamente, mas crescendo no nosso “sim” a cada desafio sempre maior.


Da mesma forma, somente a pessoa chamada pode, livremente, acolher o chamado, e se dispor a ir aonde a força do chamado a atrai e impele a concretizá-lo. Por isso, na vocação, tanto o chamado como a resposta são de fundamental importância. Não podemos criar um chamado que Deus não nos fez, e, do mesmo modo, ninguém pode responder ao chamado por nós a não ser nós mesmos, que, livremente escolhidos, livremente podemos dizer “sim”.

 




Como acontece o chamado?


A vocação é puro dom de Deus que excede a inclinação natural da pessoa. É preciso descobrir os caminhos em que Deus nos espera passar para nos dirigir a palavra. Às vezes Ele chama direta e imediatamente, mas às vezes dispõe de outras maneiras pelas quais se aproxima de nós utilizando meios normais, nos quais está presente como instigador e condutor de suas mediações.
Escolasticos: Ir. Juan Pablo, P. Daniel , Ir. Charles e Ir. Alcides.


Como se distingue uma vocação autêntica de uma falsa vocação?O discernimento torna-se praticamente impossível para uma pessoa sozinha. Distinguir adequadamente a voz da Verdade no imenso concerto de vozes que freqüentemente ameaçam afogá-la é obra exclusiva de músicos muito habilidosos e de diretores muito experientes, e não simplesmente dos que gostam de fazê-lo. Daí a necessidade do acompanhamento vocacional.







E a resposta?
A resposta ao chamado de Deus só pode ser dada mediante a fé. Infelizmente esta é a dimensão da vocação em que mais se costuma falhar. Podemos pensar que responder a determinadas vocações ou estado de vida pode ser mais fácil que responder a outros, que consideramos mais agradáveis, enquanto há outros que consideramos difíceis e atemorizantes. Cada vocação se apresenta na vida de cada pessoa de modo único. Há pessoas que hesitaram em dar sua resposta, enquanto há outros que não hesitaram no primeiro “sim”, mas chegaram a abandonar o seguimento já começado. 
Servas da Caridade e de Jesus - Argentina


Qual a saída para este drama?A abertura à origem de toda vocação e estado de vida: nascemos do Amor, para o Amor e para amar a Deus e aos outros. “Pois ninguém de nós vive e ninguém morre para si mesmo, porque se vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morremos é para o Senhor que morremos. Portanto, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14,7-8). Aquele ou aquela que não está disposto ou disposta a abrir mão de viver para si mesmo, para colocar como prioridade o amor a Deus e o dom de si, não está preparado para escutar chamado algum, nem assumir vocação ou estado de vida algum dentro da Igreja.




“Sem abertura, não é possível vocação alguma, que é dom e carisma que cada um recebe para utilidade comum”(6). É justamente na abertura e no serviço aos outros que a vocação vai se configurando e a nossa resposta vai se intensificando, apesar dos atritos, e, dizendo melhor, justamente por causa dos atritos.
Franciscanas Isaberlinas - Argentina 
Por isso, antes de responder a qualquer vocação, é necessário a disposição de sair do egocentrismo que destrói toda forma de autodoação. Não existe realização vocacional onde não ocorra esta determinação. Para aqueles que receberam uma educação onde se cultivou como valores prioritários o ter, o poder e o prazer, torna-se muito mais difícil acolher uma vocação que se apresenta como caminho oposto a estes valores, e perseverar nela até o fim. É aí que a formação para o amor contribui para o crescimento das vocações e a qualidade dos vocacionados, seja qual for o chamado de Deus para eles.




                    Deus é o Amor que envolve inteiramente a nossa vida, e no qual precisamos “mergulhar” cada dia mais, para encontrarmos a vida plena, a vida feliz! Perder-se em Deus é encontrar-se cada dia mais. Se tivermos sempre isto em mente não teremos medo de dizer “sim”, nem voltaremos atrás no “sim” pronunciado, mas ao contrário, nosso “sim” será sempre mais forte e profundo, para abranger os novos desafios que cada dia Deus nos propõe através da nossa vocação e estado de vida.                                            

Nenhum comentário: